Sílvia Teixeira | 3252N

O ABC do DETOx

A dieta detox tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos um pouco por todo o mundo. É muito comum o recurso a dietas líquidas compostas por batidos de frutas e vegetais, com exclusão de fontes animais para ajudar o corpo a eliminar toxinas que se foram acumulando após excessos alimentares e consumo de medicamentos. Será funcional? Como é que o nosso organismo se desintoxica e como podemos ajudá-lo? 

O PROCESSO DETOX

A desintoxicação é um processo muito complexo que ocorre nas nossas células 24 horas por dia e 7 dias por semana, independentemente da alimentação praticada. É responsável pela eliminação de substâncias indesejáveis, tornando-as menos tóxicas e mais solúveis em água para poderem ser eliminadas na urina, fezes e bílis. 

A maioria das vias de desintoxicação ocorrem no fígado e nas células que revestem o intestino, o cólon e o apêndice, e em menor grau no cérebro, pulmões, rins e pele. Este processo requer proteínas de alta qualidade, uma grande quantidade de vitaminas do complexo B, minerais (selénio, cobre, zinco, manganésio) e energia (isto é, calorias) para a produção das enzimas envolvidas nas vias de desintoxicação. A presença de antioxidantes (vit. A, C e E), fitoquímicos, tióis, coenzima Q-10, gorduras e curcumina também deve estar garantida.  

O PAPEL DA ALIMENTAÇÃO 

Todos os componentes envolvidos na desintoxicação do corpo estão presentes nos alimentos, cujo poder de atuação é muito superior que a toma isolada sob a forma de suplementos. Por exemplo, uma maçã contém mais de 700 fitoquímicos diferentes! É preferível comer o fruto inteiro que procurar os efeitos isolados de um dos seus componentes pela suplementação. 

De seguida apresentam-se algumas das muitas fontes alimentares que auxiliam a eliminação de toxinas.  

Proteínas: carne magra, peixe, crustáceos, ovos, queijos e iogurtes, e leguminosas.

Hortícolas: legumes crucíferos como brócolos, couve-flor, agrião e outros vegetais verdes; alho e cebola; abóbora, cenoura, tomate, batata-doce, pimento vermelho, acelga, variedades de feijão, lentilhas, soja, couve de alfafa, coração de alcachofra.

Frutas: mirtilos e amoras, maçã, cerejas, uvas, romãs, framboesas, melão, laranjas, damascos, tangerinas, banana, pêssego. 

Gorduras: azeite extra virgem, abacate, sementes de linhaça, cânhamo e girassol.

Frutos oleaginosos: amêndoa, caju, amendoim, avelãs.

Cereais: aveia, arroz integral, trigo integral.

Especiarias e ervas aromáticas: pimenta, aipo, alecrim, açafrão. 

– Outros: chá verde (presença de polifenóis) e alga clorela (estudos animais mostram ter a capacidade de inibir a absorção intestinal de metais pesados e poluentes orgânicos). 

AS 10 DICAS CHAVE

  1. Beber água e/ou infusões sem adição de açúcar, até urina clara e sem cheiro.  
  2. Praticar exercício físico regular (promove a produção de enzimas antioxidantes e anti-inflamatórias).
  3. Consumir sopa antes das principais refeições e ingerir bastantes legumes (alface não conta).  
  4. Optar pela fruta como sobremesa e/ou aos lanches (efeito diurético e rica em vitaminas e minerais) 
  5. Eliminar o excesso de gordura corporal (local que armazena metais pesados). 
  6. Garantir o bom funcionamento do intestino (hidratação, consumo de fibras e probióticos).
  7. Limitar as bebidas alcoólicas a épocas ocasionais. 
  8. Não fumar.
  9. Garantir as 8h de sono, com horários regulares (período de produção de enzimas).
  10. Diminuir a exposição alimentar a contaminantes químicos:

– Excluir as partes queimadas/carbonizadas dos grelhados e assados e do pão torrado;

– Não consumir alimentos com gorduras trans (gorduras transformadas) como bolos embalados, bolachas recheadas, fritos, croissants, alguns gelados. 

– Aquecer as refeições em recipientes de vidro em vez de plástico;

– Peixes do topo da cadeia alimentar possuem mais metais pesados. Consumir de preferência peixes de pequenas dimensões como a sardinha, carapau, faneca, cavala e verdinhos. 

Em suma, podemos concluir que uma alimentação nutritiva, com alimentos da época, a hidratação assegurada e a prática de exercício físico ao longo de todo o ano é o fundamental para a desintoxicação do nosso corpo!

Bibliografia:

Cline JC. Nutritional aspects of detoxification in clinical practice. Altern Ther Health Med. 2015 May-Jun;21(3):54-62. PMID: 26026145.

Parvin Farzanegi,Amir Dana,Zeynab Ebrahimpoor, Mahdieh Asadi &Mohammad Ali. Mechanisms of beneficial effects of exercise training on non-alcoholic fatty liver disease (NAFLD): Roles of oxidative stress and inflammation. SPORTS AND EXERCISE MEDICINE AND HEALTH. 2019 Feb, pages 994-1003

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